Aqui você vai encontrar pensamentos de alguém que não aceita as coisas como são, que não tolera frases como "sempre foi assim, não vai mudar". Não esqueça são apenas pensamentos, e eles nem sempre farão sentido para você.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Como eu sempre digo: "me indigna a falta de indignação das pessoas"

Como posso aceitar passível que a Gisele Buchen ganhe 30 milhões de dólares por ano, enquanto existem pessoas que ganham 5 mil reais! "Há algo de podre no reino da Dinamarca", ou seja, isso não pode ser "normal". Como o trabalho dela pode ser tão absurdamente valorizado enquanto o trabalho de uma costureira de fábrica é tão absurdamente desvalorizado.

Não me venham com esse papo de que o esforço pessoal justifica este disparate. A Gisele Buchen teve apenas a felicidade de nascer dentro dos padrões sociais de beleza e o esforço de se manter em uma eterna dieta. E eu? Não faço parte deste padrão de beleza, mas estudei pra caramba, me dediquei bastante para minha profissão e vou ganhar o que? uns 10 a 15 mil reais por ano!

Poupem meus ouvidos com esse falatório de que se o cara tem é porque se esforçou pra ter. Quantas pessoas se matam de trabalhar e não alcançam nem 1/8 do que alguns poucos sortudos do mundo conseguiram. Você não acha que merecia ganhar mais? Ser profissionalmente mais valorizado? Então porque a costureira não pode ser mais valorizada? Ah, ela não estudou! Tá bom, então vamos todos estudar, fazer graduação e pós-graduação, mas quem irá costurar as nossas roupas, ou limpar nosso chã? Se somos nós do terceiro mundo que exercemos estas funções para os gringos.

Todas as profissões são dignas, não importa se necessita de estudo ou não. Claro que as pessoas que destinaram parte do seu tempo para se dedicar aos estudos devem ganhar mais dos que aqueles que não optaram por fazer isso, mas veja bem, ganhar mais e não milhões de vezes a mais. Que estude quem realmente queira estudar, pois assim não teremos médicos atendendo gente como bicho por que escolheu uma carreira que lhe dá dinheiro e status. Se trabalharmos em funções que nos proporcionem satisfação pessoal, seremos excelentes profissionais e não mais um passando por cima de todos para alcançar a ilusão do prestígio social.

Me desculpem os ignorantes, mas não posso achar "normal" a desigualdade absurdamente desigual na qual vivemos.

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