O documentário “Estamira” que retrata a vida de uma mulher com mais de 60 anos de idade sendo desses 20 de sobrevivência em um lixão, conta também a história de milhões de pessoas que vivem na miséria. Estamira não é uma personagem isolada, ela é o exemplo de várias outras pessoas que retiram o seu sustento das sobras de outros. Engana-se quem vê o lixão apresentado no documentário como cenário para a história de vida de Estamira, é a história dessa mulher que serve como cenário para a vida “vivida” em um estado de miséria. Neste documentário percebe-se o quanto é fundamental o papel das políticas públicas presentes no cotidiano dessas pessoas, no momento em que são essas políticas que muitas vezes garantem a sua sobrevivência.
A “loucura” de Estamira é apenas o cenário usado para mostrar a vida de cidadãos excluídos da sociedade como tais. Sobreviver em razão do lixo de outras pessoas é um dos “trocadilho” que a personagem tanto aborda ao longo do documentário. Uma sociedade que permite a dualidade entre o muito e o nada necessita de política públicas que equilibrem essa contradição. São essas políticas que dizem respeito as questões distributivas, redistributivas, regulatórias e constitutivas dos direitos de cada cidadão.
Os indivíduos que compartilham das condições precárias de vida de Estamira são os alvos preferenciais das políticas públicas, elas fazem uma diferença significativa na vida deles. No documentário as políticas mais visíveis aos olhos, são as políticas de saúde. Estamira é atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e somente por meio dele ela pode realizar consultas médicas e receber os medicamentos adequados (do pondo de vista médico e não dela) ao seu quadro de perturbação mental. E assim como ela, muitas pessoas só tem acesso a qualquer atendimento relacionado a saúde através do sistema público, ou seja, das políticas públicas de saúde.
Existem diversas políticas públicas que atingem essa grande parcela da população brasileira, como o sistema de ensino público. Dentro deste sistema existem outras políticas que procuram amenizar as dificuldades de acesso a universidade, como o Prouni e o Sistema de Cotas. E além das políticas de ensino, pessoas como Estamira também necessitam de políticas de redistribuição de renda para suprir necessidades básicas que o trabalho no lixão não dá conta, o Programa Bolsa Família é um bom exemplo. Sem esses programas seria inviável para Estamira ter acesso a alimentação, vestuário, educação e saúde.
A legislação sobre transporte público gratuito para maiores de 60 anos é outra política que beneficia diretamente Estamira. Na sua atual condição de vida esta política pública lhe permite o deslocamento até o posto de saúde para um atendimento regular. Deste modo é possível perceber que as políticas públicas estão imbricadas na vida das pessoas, como ações que contribuem para a sobrevivência dos mesmos.
Portanto, o documentário ressalta a precariedade da vida de muitas pessoas no Brasil e como é importante para elas a existência de políticas públicas. Sem as ações do Estado relacionadas a saúde, educação, renda, assistência social e outras áreas, seria impossível sobreviver somente do lixo de outros indivíduos.
Aqui você vai encontrar pensamentos de alguém que não aceita as coisas como são, que não tolera frases como "sempre foi assim, não vai mudar". Não esqueça são apenas pensamentos, e eles nem sempre farão sentido para você.
terça-feira, 10 de junho de 2008
terça-feira, 27 de maio de 2008
Filhos?
Sim quero filhos, mas porque devemos ter laços de sangue? Quando as pessoas vão perceber que as relações de parentescos são apenas criações sociais? Cada cultura possui uma relação diferente. Existem culturas em que o pai da criança é o irmão da mãe e não o marido dela. Quando a nossa sociedade perceber que tudo não passa de mais uma regra social, talvez possa aceitar a adoção.
Quando falo que não vou gerar uma criança muitas pessoas se espantam, elas acreditam que estou me privando do ritual de passagem para a maternidade, que em nossa sociedade se chama gravidez. Sim um ritual de passagem onde o indivíduo se prepara para uma nova fase de sua vida, uma fase com maiores responsabilidades e preocupações. Uma fase de magia onde a mulher é igualada a mãe natureza, e um dos poucos momentos onde supera o masculino por ser quem dá a vida. No entanto, gerar um filho é fruto da natureza humana, mas criá-lo está no campo da razão e, não somos seres de razão?
Não estarei me privando do momento de magia na vida de uma mulher, apenas não estarei sendo egoísta (do meu ponto de vista, não pretendo julgar quem queira engravidar). Digo isso porque não compreendo o motivo de colocar mais uma criança no mundo enquanto existem várias que são fruto da natureza e não da razão humana. Como acredito em um amor racional posso amar alguém como filho independente dos laços consanguínios. Só existe uma coisa de que não abro mão, do papel social de mãe, esse faço questão de representar.
Quando falo que não vou gerar uma criança muitas pessoas se espantam, elas acreditam que estou me privando do ritual de passagem para a maternidade, que em nossa sociedade se chama gravidez. Sim um ritual de passagem onde o indivíduo se prepara para uma nova fase de sua vida, uma fase com maiores responsabilidades e preocupações. Uma fase de magia onde a mulher é igualada a mãe natureza, e um dos poucos momentos onde supera o masculino por ser quem dá a vida. No entanto, gerar um filho é fruto da natureza humana, mas criá-lo está no campo da razão e, não somos seres de razão?
Não estarei me privando do momento de magia na vida de uma mulher, apenas não estarei sendo egoísta (do meu ponto de vista, não pretendo julgar quem queira engravidar). Digo isso porque não compreendo o motivo de colocar mais uma criança no mundo enquanto existem várias que são fruto da natureza e não da razão humana. Como acredito em um amor racional posso amar alguém como filho independente dos laços consanguínios. Só existe uma coisa de que não abro mão, do papel social de mãe, esse faço questão de representar.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
A pregação de moral sem cueca
Cada dia que passa defino menos quais são as ações que mais me revoltam, se me pergutares hoje o que me enlouquece lhe direi a Hipocrisia. Meus olhos e ouvidos deveriam ser poupados desses falastrões com seus discursos bem arranjados para inglês ver. No papel tudo são flores, mas quando as palavras deixam de ser tinta e se tornam ações a contradição está presente em cada traço.
Não me conformo como as pessoas conseguem estar sem cueca e portarem-se como se estivessem trajando um terno. Deve ser a maquiagem que ajuda incoporar o personagem do bom moço, afinal uma boa mascara pode disfarçar muitas imperfeições. E como a sociedade está habituada a não ver por traz das aparências e nem se questionar sobre a incoerência constante dos seres humanos, acaba por aplaudir ou simplesmente relevar a Hipocrisia que nos rodeia.
Não me conformo como as pessoas conseguem estar sem cueca e portarem-se como se estivessem trajando um terno. Deve ser a maquiagem que ajuda incoporar o personagem do bom moço, afinal uma boa mascara pode disfarçar muitas imperfeições. E como a sociedade está habituada a não ver por traz das aparências e nem se questionar sobre a incoerência constante dos seres humanos, acaba por aplaudir ou simplesmente relevar a Hipocrisia que nos rodeia.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Não ao preconceito
sexta-feira, 4 de abril de 2008
A renúncia do bem comum em prol do bem particular
As pessoas em um primeiro momento me parecem contraditórias, mas quando olho mais de perto descubro que são apenas egoístas. Digo isso porque, todos estufam o peito para fazer cumprir os seus direitos enquanto não colaboram nem um pouco para cumprir os seus deveres.
Acho que posso arriscar em dizer que deveres e direitos funcionam como ação e reação, ou seja, quando não cumprimos com nossos deveres automaticamente estamos descumprindo com os direitos do próximo. E é nessa perspectiva que digo encontrar aparentemente uma contradição dos indivíduos que exigem o cumprimento de seus direitos, sendo que muitas vezes esses "direitos" estão a interferior no processo de um direito alheio.
Cabe, no entanto, levantar o aspecto para relativização de direitos e deveres e apartir disso podemos intender que não se trata de uma contradição do indivíduo mas de um ato egoísta. O que quero dizer refere-se ao fato que o dever pode ser disconsiderado pelo indivíduo quando lhe for conveniente e após essa internalização do contexto situacional que lhe convém o mesmo indivíduo faz valer o seu "direito" relativizado. Digo isto porque este "direito" pode ser assim considerado apenas pelo indivíduo que o reclama, enquanto para o outro indivíduo que sofrerá a reação irá considerá-lo um desrespeito ao seu direito.
Portanto, o que parece prevaler nesta lógica de reclames por direitos é a esfera privada, de modo que o direito e o dever andam de acordo com a necessidade particular do indivíduo. Então me pergunto: Onde fica o bem comum?
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Utopias
Das utopias (Mario Quintana)
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a magica presença das estrelas!
Mario Quintana tem toda a razão, como podemos viver sem utopias? Eu não consigo entender como as pessoas convivem com tanta maldade, com tanta injustiça e preconceito. Não consigo aceitar de forma acomodada uma vida cheia de caminhos tortuosos, eles existem eu concordo mas podemos mudá-los.
Não posso viver pensando que nada tem jeito, que devemos aceitar pessoas morrendo de fome e de frio, que devemos tolerar a prostituição infantil (porque atinge em maior parte crianças pobres e não a intocável classe média), que o preconceito a negros, homossexuais, prostitutas, mulheres, pobres, pessoas com deficiências entre outros grupos socias deve ser olhado com vistas grossas.
Por favor! Não me peçam para não reagir, mesmo que isso me faça mal, que me deixe estressada e que acabe me prejudicando, porque o que realmente me prejudica, me deixa doente, acaba com todo o meu bem estar é toda essa injustiça e descaso com o próximo. Não sou das pessoas mais religiosas, mas há um mandamento que todos deveriam seguir: "Amar o próximo"e, não como a si mesmo, mas como todo ser humano merece.
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